Abaixo-Assinado (#7303):

Projeto Horto São Vicente - Mauá/SP - Brasil

Destinatário: Ao Ministério Público Estadual - Secretários do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e do Município de Mauá - Câmara de Vereadores do Município de Mauá - Governador do Estado de São Paulo - Prefeito do Município de Mauá

Os cidadãos abaixo-assinados solicitam de Vossas Excelências a proteção à área de preservação permanente localizada entre as ruas: Av. João Ramalho, R. Afonso Pena, R. Pres. João Café Filho, Mal. Deodoro da Fonseca, R. Laudo Ferreira de Camargo, R. Henrique de Sousa Bayma, R. Almirante Isaias de Noronha, R. Rubens Pedro, alça de acesso ao Rodoanel e Papa João XXIII, no bairro Parque São Vicente, cidade de Mauá/SP, área est cartografada na Carta Emplasa – Articulação 4331 e 4333, a fim de que esta área não seja utilizada para fins de construção de espécie alguma e nem para quaisquer usos que venham a prejudicar sua mata nativa e suas nascentes, que formam um curso d’água originalmente afluente do rio Tamanduateí, determinando a presença de APP conforme definidas pelo Código Floresta, art. 2°, alíneas ‘a1’ e ‘c’.

Desde 2006, moradores do Parque São Vicente em Mauá/SP, a partir do último pedido de limpeza de um terreno baldio, procura incansavelmente manter a limpeza do local, no afã de evitar que a sujeira volte. Com isso, conseguiu-se elevar a condição local, de um quadro desolador de falta de higiene e respeito ambiental, para um local público de elevada beleza e vida. Esse local foi batizado de Horto São Vicente, devido à riqueza encontrada: de aves ameaçadas de extinção a nascentes, o Horto é um oásis verde no meio do deserto de concreto. O objetivo do grupo é a preservação dessa área verde considerada uma APP com atualmente 3 nascentes. Inicialmente essa área possuía cerca de 300.000m², mas foi reduzida a menos de 200.000m², com o Rodoanel e obras da prefeitura do município. Essa área é dividia em 3 partes, sendo que os proprietários de cada parte são: INSS, Eletropaulo e Sr. Olavo Cintra. Mas há muitos anos vem sendo marginalizada com lixos, despejo de esgotos e aterramento das nascentes.Para consolidar essa luta criou-se um projeto que visa aliar qualidade de vida, lazer e respeito ao meio-ambiente.

Nos últimos anos, efetuamos o plantio de várias mudas de árvores ornamentais e frutíferas, entre elas: pau-brasil, abacateiro, araçá, flamboyant, ipê-amarelo, ipê roxo, araucária, nespereira, amoreira, pitangueira, mangueira, jaqueira, manacá da serra e quaresmeira; bem como, efetuamos o replantio de vários pés de samambaia xaxim que foram derrubados pela Dersa. Estamos, ainda, efetuando a medição da vazão de água das nascentes e futuro registro para que esta área não seja aterrada e, ainda, levando a água para testes no Instituto Adolfo Lutz para acompanhamento da qualidade da água. E buscamos a ajuda de biólogos, ambientalistas, agrônomos ou afins, que possam catalogar todas as espécies aqui existentes de forma que consigamos efetivar nosso ideal: a existência plena do Horto São Vicente.

Está difundida e arraigada no Brasil a assertiva da ONU (Organização das Nações Unidas) ou OMS (Organização Mundial de Saúde) de que é ideal que cada cidade disponha de 12m² de área verde/habitante, para que haja equilíbrio entre a quantidade de oxigênio e gás carbônico. Se incluirmos todas as atividades antrópicas com combustão (indústria, tráfego, atividades domésticas) este índice se eleva para 75 m²/hab.

Praticamente todas as cidades brasileiras acusam menos de 5 m²/hab, portanto, elas são deficientes em áreas verdes. Particularmente cidade de Mauá, conforme reportagem do jornal Metro de 30/11/2009, esse índice cai para 1cm²/hab, fato que se explica pela falta de conhecimentos da importância das áreas verdes por parte das autoridades.

Mais informações:
www.hortosaovicente.blogspot.com