Abaixo-Assinado (#8888):
Caros administradores,
Nós, Analistas Tributários, mobilizamo-nos hoje por uma estranha razão: queremos ter o direito de desempenhar nossas funções. Funções para as quais fomos admitidos em concurso público, treinados, acumulamos anos de conhecimento e experiêcia e, evidentemente, por elas somos pagos pelo contribuinte.
Não fossem dramáticas as razões que nos levam a essa reivindicação, e alguém pensaria em rir de trabalhadores que se mobilizam para ter o direito... de trabalhar. Infelizmente, senhores, hoje não há espaço para risos na Receita Federal.
A situação em que fomos colocados, todos, por essa ADI contra os Analistas Tributários, permite-nos apenas lamentar.
Alguém de fora, desavisado, vendo essa inusitada situação, facilmente pensaria que nesta casa falta o que fazer e sobram servidores bem pagos.
Mais estranho ainda pareceria, a alguém de bom senso, se pudesse ser levado a um passeio por salas com armários lotados de processos, esperando despacho há anos, malhas aguardando análise, filas de contribuintes aguardando atendimento, sistemas esperando desenvolvimento, indícios gritantes de sonegação postergados por falta de quem os investigue.
E em meio a todas essas esperas, o espantado visitante encontraria 7 mil servidores querendo trabalhar, e outros tantos tentando impedir, inclusive, acionando a justiça para tal, em mais de uma ocasião. Há algo de errado nesse reino da Dinamarca, pensaria nosso visitante...
E nós sabemos o que há de errado. A administração da Receita sabe o que há de errado. E essa mesma administração, em sua grande maioria, se omite diante do que está errado.
Senhores, alguém aqui duvida que está ao alcance da administração influir na resolução definitiva do problema da distribuição de funções entre os diversos cargos da Receita?
Alguém diria que os Analistas Tributários não são servidores qualificados?
Ao longo dos Últimos 12 anos, os Analistas Tributários foram progressivamente afastados de atividades que desempenhavam rotineiramente na arrecadação, na aduana, na tecnologia, na tributação, na logística...
Quem, em honesta análise de consciência, acredita que isso ocorreu por razões de competência e não por razões políticas?
Alguém nessa administração, diante do conhecimento que tem da situação da casa, acha razoável e útil, para a Receita e para o país, que os Auditores, através dos seus sindicatos, tentem afastar judicialmente outros servidores de suas funções?
Não perguntaremos quem na administração se importa com a tragédia pessoal que caberá a milhares de servidores, caso essa ADI seja julgada procedente. Ainda acreditamos que existem homens e mulheres por trás dos cargos...
Mas, nos vemos na obrigação moral e profissional de perguntar: quem se preocupa com os efeitos imediatos e futuros desses atos, sobre a Receita, sobre o país e a sociedade?
O que quer a administração da Receita para a Receita?
Esse é um momento de cartas na mesa. E nesse instante delicado do jogo, ninguém pode se refugiar na omissão, menos ainda a administração da RFB.
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