Abaixo-Assinado (#46951):
Se você é contra o desmonte de Furnas e o fim de sua sede no quarteirão histórico da Real Grandeza em Botafogo, assine essa petição. Encaminharemos as assinaturas para as autoridades. Insira seu email para receber informações sobre o andamento.
No dia 26 de junho de 2019, os canais oficiais de comunicação de Furnas divulgaram a decisão da diretoria executiva da empresa em transferir a sua sede estabelecida em Botafogo (RJ) desde 1971, para alguns andares de um edifício próximo à Central do Brasil (Centro-RJ). Furnas é a maior subsidiária do grupo Eletrobras presente em 16 estados e no Distrito Federal e que opera e mantém um sistema por onde passa cerca de 40% da energia que move o Brasil, atuando no abastecimento a regiões onde estão situados 63% dos domicílios e 81% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Nossa empresa é composta por trabalhadores altamente qualificados, que desenvolvem serviços de excelência e que se dedicam diariamente pela qualidade e expansão do Setor Elétrico Brasileiro. Além do aspecto social, Furnas tem tido sucessivos lucros bilionários nos últimos anos e distribui dividendos aos seus acionistas sistematicamente.
Nos últimos anos, FURNAS vem sendo submetida a um processo claro de deterioração contínua de identidade, que pode ser exemplificada com a decisão de inclusão do nome da holding na denominação social de todas as controladas da Eletrobras, bem como com a eliminação da marca de FURNAS – a torre-estrela de transmissão – e sua substituição por um logo único, aplicável a todas as empresas do Sistema Eletrobras.
Aos exemplos de tentativa de deterioração da marca, soma-se agora a surpreendente decisão de transferência da sede de FURNAS, onde guia sua atuação no setor elétrico brasileiro há quase 50 anos, para o Centro do Rio de Janeiro, em sentido absolutamente inverso ao de muitas empresas Brasil e mundo afora, em função de fatores vinculados a sustentabilidade, mobilidade e segurança pública.
É compreensível que a direção de FURNAS esteja preocupada com a necessidade de redução de custos operacionais. Mas nos parece inacreditável que a decisão de tamanha magnitude e simbolismo tenha faltado à diretoria a inclusão da componente estratégica, que deve permear toda decisão relevante da empresa.
A história, a marca, o nome, a sede constituem, inequivocamente, o conjunto de valores intangíveis de qualquer empresa, no Brasil e no mundo, que são respeitados e preservados pela sucessão de gestores que compõem, ao longo do tempo, a alta administração das empresas.
É impressionante que a atual diretoria, há menos de dois meses no comando executivo de FURNAS, tenha tomado decisão tão impactante para a identidade da empresa e a moral de seus funcionários, ignorando quaisquer desses valores, amparada tão somente em alegados números de planilha Excel e, mais, no ano em que companhia registra recorde de receita.
É flagrante o impacto da anunciada decisão na moral dos empregados e aposentados de FURNAS, já abalada em tempos que a palavra privatização insiste em permanecer em pauta, e que vem surtindo efeitos no clima organizacional e até na saúde ocupacional dos funcionários. Vê-se então outra marca da decisão: a total insensibilidade quanto ao seu timing, revelando mais uma variável desconsiderada pela diretoria, que, como as outras, deve sempre compor as decisões estratégicas.
Desnecessário dizer que também são extensas as consequências da decisão sobre a continuidade segura das operações e atividades de FURNAS, que não nos parece, mais uma vez, que tenha sido considerada em uma matriz de risco – desconhecemos a existência da própria matriz.
Soma-se aos argumentos o simples e inconteste fato de que FURNAS - e a própria holding - passam por momento de definição de seu futuro, no qual as suas condições, inclusive identidade e sede, devem ser considerados de forma sistemática, sob pena de cometimento de histórico equívoco.
Em momentos como este, as empresas devem buscar fortalecimento e solidez para alcançarem novos caminhos. Em sentido diametralmente oposto, a mudança de sede representa a precipitação e a falta de embasamento decisório – técnico, administrativo e, sobretudo, estratégico.
Por tudo isso, a Associação dos Empregados de Furnas (ASEF), a Associação dos Aposentados de Furnas (Após-Furnas) e Associação dos Contratados de Furnas (ACEP) repudiam veementemente a iniciativa leonina e draconiana de uma diretoria executiva que acabou de chegar e que, pelo visto desconhece além da história de Furnas, o valor agregado da sede e a sua importância da marca institucional.
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