Abaixo-Assinado (#49555):

Abaixo-assinado para manutenção emergencial do conjunto residencial da USP (crusp)

Destinatário: Reitoria da USP

Nota de Repúdio à Reitoria

Nós, estudantes abaixo-assinados, viemos demonstrar publicamente nosso repúdio à negligência da Reitoria em relação aos estudantes do Conjunto Residencial da USP (CRUSP). No último dia 19 de março de 2020, conforme amplamente relatado pela imprensa (https://oglobo.globo.com/sociedade/coronavirus-estamos-completamente-abandonados-aqui-dizem-alunos-que-moram-na-usp-24323012) foi enviada ao reitor carta explicando a situação emergencial, agravada exponencialmente pelo avanço da pandemia da COVID-19 no estado de São Paulo. A situação descrita abaixo inviabiliza a quarentena e coloca a saúde de cerca de 1700 alunos em grave risco:
- Cozinhas inutilizáveis, sem peças, torneiras e GLP (gás de cozinha);
- Quantidade muito reduzida de dispênseres com álcool gel;
- Inexistência de rede wi-fi, o que inviabiliza não só a comunicação durante a quarentena como a continuação das atividades acadêmicas via EAD (ensino à distância);
- Ausência de lavanderias, essenciais para manutenção da higiene;
- Rede elétrica em mau estado, com risco de incêndio.
Reiteramos que a situação se agravou durante a pandemia da COVID-19. Sem acesso à internet, os alunos estão cruelmente abandonados durante esse período de isolamento social (o que representa enorme risco à saúde mental dos estudantes). Tratamos aqui de cerca de MIL E SETECENTAS VIDAS largadas à própria sorte dentro da Universidade de São Paulo. Dentre elas, estudantes de praticamente todos os cursos, pesquisadores, pais, mães e filhos. Pessoas que dependem da Universidade para estudar e sobreviver.
Também reiteramos o esgotamento de todas as formas de negociação possíveis. Reforçamos todas as tratativas infrutíferas com a reitoria, bem como a nota da SAS (Superintendência de Assistência Social) com promessas não efetivadas.
Ademais, hoje, 28 de março de 2020, foi confirmada a primeira morte pela doença supracitada de um integrante da comunidade USP. Relembramos que um dos primeiros casos confirmados em São Paulo foi na CUASO (Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira).
Precisamos urgentemente garantir que os alunos que moram no CRUSP possam se isolar dessa contaminação de forma adequada e segura. Culpabilizamos a Reitoria por esse cenário de descaso com o complexo residencial e reconhecemos que é dever da mesma responder e corrigir esses malfeitos. Aguardamos uma resposta e atitudes emergenciais.